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Brasília

Governadores articulam restrições para tentar evitar piora da pandemia

Cansados de esperar por uma postura assertiva do governo federal, fórum debate possibilidade de estados adotarem medidas, em conjunto, para evitar avanço da covid-19. Até agora, 21 unidades da Federação sinalizaram adesão à ideia da ação nacional em bloco

A postura do presidente Jair Bolsonaro e a lentidão do Ministério da Saúde em contratar e distribuir vacinas levou os governadores a se articularem para implementar, conjuntamente, medidas de restrição para tentar evitar que a pandemia piore ainda mais –– de sábado para ontem, 1.086 pessoas morreram de covid-19. Entre as inicativas que podem ser adotadas a fim de conter o avanço rápido de óbitos e casos de infecção pelo novo coronavírus está a fiscalização a eventos com aglomeração e a proibição da venda de bebidas alcoólicas após horários preestabelecidos.

O objetivo dos governadores é definir regras comuns a serem seguidas por todas os estados que aderirem à iniciativa, que podem ser mais ou menos rígidas, a depender da situação de cada um. Até o momento, 21 unidades da Federação sinalizaram a adesão ao pacto e, entre eles, estão o Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Bahia e Minas Gerais.

Segundo o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que preside o Fórum Nacional de Governadores, o plano ainda está em discussão. O objetivo é reduzir o fluxo de pessoas nas ruas para desafogar os sistemas de saúde estaduais. As ações iriam pelo menos a até 14 de março.

Para tratar da formação desse força conjunta, Wellington pretende reunir-se hoje com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Neste encontro, o governador piauiense também questionará sobre o motivo pelo qual a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) não conseguiu entregar todas as doses que prometeu –– a instituição recebeu matéria-prima suficiente para replicar 15 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. Para este mês, estão previstos apenas 3,8 milhões, conforme anunciou o ministério. Só na semana passada, o total de doses esperadas foi reduzido em mais de 16 milhões.

Diante das movimentações dos governadores, o presidente Jair Bolsonaro ordenou a Pazuello que negocie todos os contratos possíveis para a obtenção de vacinas, antes que estados e municípios consigam abrir um caminho paralelo para a obtenção de imunizantes. De acordo com o colunista Josias de Souza, do site UOL, ele foi “taxativo” na ordem que deu ao general ao dizer que não admite que o governo federal perca a primazia na compra de fármacos. Nos últimos dias, o ministro negociou contratos com os laboratórios Pfizer, Johnson & Johnson e Moderna, que ainda não se materializaram em medicamentos.

Os governadores vêm sendo criticados pelo presidente por imporem políticas restritivas para tentar conter o colapso completo dos sistemas público e particular estaduais de saúde. “Somos um obstáculo ao sonho ditatorial (de Bolsonaro). Ele nos vê como um limite ao poder e tenta nos desmoralizar. Essa é a razão da agressão, para se livrar desse limite”, disse o governador do Maranhão, Flávio Dino, ao Correio.

Na semana passada, ele e o governador da Bahia, Rui Costa, ingressaram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) acusando Bolsonaro de propagar fake news para jogar a população contra os estados. A demanda foi provocada por conta de publicações nas redes sociais, feitas pelo presidente, em que ele detalha os valores que teriam sido repassados pela União às 27 unidades da Federação no ano passado.

Os prefeitos, também sobrecarregados por causa da lacuna deixada pelo governo federal, não querem mais esperar. A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) espera lançar, ainda este mês, um consórcio público para a compra de imunizantes anticovid por parte das administrações municipais. A iniciativa, batizada de Conectar (Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras), já tem a adesão de, pelo menos, 1.703 cidades, incluindo 24 capitais, que correspondem a mais de 125 milhões de pessoas.

Em Israel, comitiva causa constrangimento

 (crédito: Alan Santos/PR)

crédito: Alan Santos/PR.

A comitiva brasileira que seguiu, no último sábado, para Israel, a fim de fechar um acordo que permita testes, com a população brasileira, do spray EXO-CD24 –– medicamento nasal contra a covid-19, que ainda está em fase inicial de estudos e foi aplicado em apenas 30 pacientes israelenses ––, passou por momentos de constrangimento desde que chegou ao país, por tratar com desdém a pandemia do novo coronavírus. Logo ao desembarcar em Tel Aviv, ontem, todos foram obrigados e colocar máscaras de proteção, algo que o presidente Jair Bolsonaro, em uma live, dias atrás, disse que não funcionava, a ponto de embasar suas palavras com um suposto estudo científico que mostrava que o equipamento trazia transtornos a quem o usava.

Para deixar clara a obrigatoriedade imposta pelos israelenses, uma montagem que circulou pelas redes sociais comparava imagens da partida e da chegada dos brasileiros. Na primeira, ao lado de Bolsonaro, todos posam sem máscaras. Na segunda, o grupo está usando o equipamento de proteção individual.

Já em Israel, em um evento de boas vindas, a comitiva tentou sentar-se junta, em cadeiras vizinhas, enquanto o chanceler Ernesto Araújo, chefe da missão, se apresentava ao ministro dos Negócios Externos, Gabi Ashkenazi. Mas uma voz começou a soar no auditório ordenando, em inglês, que ficassem a uma poltrona de distância do outro e que respeitassem as regras de distanciamento social –– o aviso foi ouvido várias vezes, enquanto o grupo de brasileiros se dispersava. Vídeo que também circulou na internet mostra os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Helio Negão (PSL-RJ) mudando de lugar e sentando separados.

Logo a seguir, mais constrangimento e má impressão. O ministro das Relações Exteriores levou um “puxão de orelha” quando, ao ser convidado para posar para uma foto ao lado do ministro israelense, foi lembrado pelo cerimonialista de que estava sem máscara e que tinha de colocá-la. “Nós precisamos fazer isso com a máscara”, pediu a voz, que ecoou pelo sistema de som da sala. Visivelmente incomodado, Araújo recuou, riu sem graça e tirou do bolso do paletó o protetor. Em seguida, colocou-se ao lado de Ashkenazi e parearam os cotovelos, cumprimento que substitui o aperto de mão.

A viagem a Israel tem por objetivo, além de conhecer o spray EXO-CD24, viabilizar protocolos de cooperação científica para a tecnologia de drogas e vacinas.

Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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