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Após flexibilização, isolamento social cai ainda mais e Rio tem trânsito

Junho está registrando picos de mobilidade durante a pandemia da covid-19. No último dia 10, cidade teve 6,1 quilômetros de congestionamentos

Estado do Rio registrou 2.404 novos casos de covid-19 e 155 mortes em 24 horas (DANIEL CASTELO BRANCO/Agência Estado)

Não dá para dizer que o carioca abandonou de vez o isolamento social, mas, à medida que a prefeitura flexibiliza as restrições, cenas que tinham se tornado raras na cidade começam novamente a fazer parte do cotidiano. Junho está chegando ao fim registrando picos de mobilidade durante a pandemia da Covid-19. No último dia 10, o Rio chegou a registrar 6,1 quilômetros de congestionamentos, na véspera do feriado de Corpus Christi. E, no fim da tarde de ontem, ambulantes voltaram a circular entre carros parados numa engarrafada Avenida Brasil.

“O carioca está saindo mais de carro. Às vezes, sem destino, simplesmente para dar uma volta. É cedo para dimensionarmos o impacto da terceira fase de retomada de atividades (prevista para a próxima quarta-feira, quando o comércio de rua, academias, bares e restaurantes deverão ser reabertos), mas ainda não deveremos ter os engarrafamentos do período pré-pandemia. O trânsito vai aumentar, porém a decisão do município de adiar a volta às aulas na rede pública para o fim de agosto ou o início de setembro vai dar um alívio”, disse o coordenador do Centro de Operações Rio (COR) da prefeitura, Alexandre Cardeman.

Segundo especialistas em transportes, além das escolas sem aulas, o que ainda vem evitando maiores congestionamentos é o fato de muitos contratos de trabalho terem sido suspensos e de vários empresas estarem trabalhando em esquema de home office. Porém, segundo Cardeman, algumas vias já começam a ter fluxo intenso em horários de rush.

Um exemplo é a Linha Amarela, que, nos dias úteis anteriores à pandemia, registrava a passagem de 120 mil veículos em sua praça do pedágio. Em 24 de março, a via expressa chegou a ter uma queda de 65% no volume de tráfego (78 mil veículos a menos). No entanto, desde a semana passada, essa redução em comparação ao período que antecedeu a chegada da Covid-19 ao Rio caiu para pouco mais de 30% (o que corresponde a aproximadamente 30 mil carros).

Situação semelhante é vista na Transolímpica (Deodoro-Recreio), que chegou ter um movimento reduzido à metade no início de abril e agora registra, também em sua praça de pedágio, 70% do volume de tráfego considerado normal.

E não é só no asfalto que a mobilidade do carioca aumentou. Numa comparação entre as manhãs das três últimas quintas-feiras, o indicador de isolamento social na cidade caiu de 79%, no dia 11, para 60%, na semana passada, e chegou ontem a 52%, segundo medições feitas pela empresa Cyberlabs, com base em monitoramento de imagens de câmeras espalhadas por seis bairros.

Nesse cenário, Botafogo chama a atenção: depois de ter alcançado, entre o fim de maio e o início de abril, uma média de 80% na redução do fluxo de pessoas, o bairro registrou ontem pela manhã um índice de apenas 37%.

Na Tijuca, que, na semana passada, teve encerrado um bloqueio na Praça Saens Peña, o índice de isolamento social ficou em 43%. Em Ipanema e no Leblon, onde a liberação de práticas esportivas no mar e no calçadão da orla acabou acompanhada de uma permanência desautorizada de banhistas na faixa de areia, a Cyberlabs registrou 51%.

“O caso de Botafogo se explica pelo fato de ser um bairro de passagem e com muitas atividades de serviço. Mas o relaxamento é visto de forma generalizada”, disse Felipe Vignoli, executivo da empresa de monitoramento.

Nos transportes públicos, o fluxo também começa a aumentar. As linhas convencionais de ônibus, que chegaram a transportar 75% de passageiros a menos em março, hoje rodam com uma redução de 59%. Os trens, que circulavam com queda de 74%, já tiveram um aumento de 15% na venda de bilhetes.

Ontem, o Estado do Rio registrou 2.404 novos casos de Covid-19 e 155 mortes em 24 horas. Desde o início da pandemia, são 105,9 mil notificações e 9.450 óbitos. Na capital, que soma 54,1 mil casos e 6.161 mortes, foram confirmadas 862 novas infecções e mais 74 óbitos.

Brasil

Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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