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Zona Oeste concentra mais de um terço das mortes por coronavírus no Rio

Bairros lideram queixas do “Disque aglomeração” da prefeitura. Para especialista, desrespeito às recomendações explica escalada de números preocupantes

Coronavírus: Oficiais do governo do Estado do Rio de Janeiro, desinfetam contra um dos terminais rodoviários na barra da tijuca, oeste da cidade (Fabio Teixeira/Getty Images)

A escalada de casos do novo coronavírus não para no Rio, assim como as mortes causadas pela doença. Na Zona Oeste, região que lidera as denúncias do “Disque aglomeração” da prefeitura, os números causam ainda mais preocupação. Das 303 mortes na capital até esta quarta-feira, pelo menos 105 aconteceram em bairros da área: mais de um terço – 34,6%.

Apesar de Copacabana, bairro da Zona Sul, liderar o triste ranking de óbitos pela Covid-19 há algumas semanas, com 18 vítimas, Campo Grande já aparece em segundo lugar, com uma morte a menos: 17. Apenas Barra da Tijuca – bairro com mais casos confirmados, 237 –, Realengo, Bangu e Recreio dos Bandeirantes, se somados, resultam em mais 42 mortes.

O desrespeito às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e dos próprios governos estadual e municipal, pode ser um dos fatores por trás de números tão preocupantes. No “Disk aglomeração” da prefeitura, dos 2.922 chamados feitos até esta quarta, a maior parte da demanda foi exatamente de queixas contra grupos de pessoas em estabelecimentos comerciais e áreas públicas em Campo Grande, Bangu, Realengo e Santa Cruz.

De acordo com dados obtidos pela movimentação de celulares, nesta quarta-feira, dos dez bairros com maior aglomeração de pessoas*, nove ficam na Zona Oeste. Veja os seis primeiros:

Aglomeração de pessoas pela localização de celulares

Barra da Tijuca: 6,4 mil pessoas nas ruas ao longo do dia

Anil: 4,6 mil pessoas nas ruas ao longo do dia

Jacarepaguá: 4,39 mil pessoas ao longo do dia

Campo Grande: 4,38 mil pessoas ao longo do dia

Bangu: 4,19 mil pessoas ao longo do dia

Santa Cruz: 3,62 mil

Fonte: *dados referentes a celulares da TIM, levantados pela empresa de telefonia

“É um reflexo de toda esta aglomeração. Quanto maior a aglomeração, maior a transmissão de casos da Covid-19, sem dúvidas. Na Barra da Tijuca, atribuo mais ao fato de ter sido onde os primeiros casos surgiram, por causa do alto poder aquisitivo de quem mora lá e viaja para outros países, mas observamos muitas pessoas desrespeitando o isolamento em Campo Grande, Realengo, Padre Miguel”, diz o médico infectologista Edimilson Migowski, da UFRJ.

Sobre a reação ao ‘Drone falante’ da prefeitura em Campo Grande, quando o gadget acabou acumulando mais gente do que de fato as afugentando, Migowski diz que toda tentativa é válida, mas é preciso reconhecer, também, quando elas não dão certo.

“Educar toda uma população é de fato uma tarefa muito complicada. Exige um marketing pesado. Como estamos diante de algo muito novo, eu até acho válidas estas iniciativas, mas é tão louvável quanto, parar se a iniciativa se mostrar ineficiente, como foi o caso. Acho que pode ser feito na Zona Oeste como andaram fazendo nas praias, o uso dos bombeiros, uma instituição que goza de prestígio com a população, pedindo para que as pessoas voltem para casa. Foi uma das medidas que mais me chamou atenção”, opina.

Confira os bairros da Zona Oeste com mais casos

  • Barra da Tijuca – 137 casos
  • Campo Grande – 111 casos
  • Bangu – 72 casos
  • Jacarepaguá – 68 casos
  • Recreio dos Bandeirantes – 61 casos
  • Realengo – 57 casos
  • Santa Cruz – 31 casos
  • Taquara (Jacarepaguá) – 29 casos
  • Freguesia (Jacarepaguá) – 27 casos
  • Itanhangá – 22 mortes

Fonte: Painel da Prefeitura do Rio, em 22 de abril de 2020

Bairros onde as 105 vítimas da Covid-19 morreram na Zona Oeste*

  • Campo Grande – 17 mortes
  • Bangu – 12 mortes
  • Realengo – 12 mortes
  • Barra da Tijuca – 10 mortes
  • Recreio dos Bandeirantes – 8 mortes
  • Jacarepaguá – 6 mortes
  • Santa Cruz – 5 mortes
  • Gardênia Azul – 3 mortes
  • Padre Miguel – 3 mortes
  • Itanhangá – 3 mortes
  • Sepetiba – 2 mortes
  • Cidade de Deus – 2 mortes
  • Curicica – 2 mortes
  • Vila Valqueire – 2 mortes
  • Paciência – 2 mortes
  • Pechincha – 2 mortes
  • Santíssimo – 2 mortes
  • Freguesia (Jacarepaguá) – 2 mortes
  • Uma morte registrada em: Vila Kennedy, Vargem Pequena, Pedra de Guaratiba, Jardim Sulacap, Tanque (Jacarepaguá), Senador Vasconcelos, Guaratiba, Senador Camará, Inhoaíba e Taquara

Fonte: Painel da Prefeitura do Rio, *em 22 de abril de 2020

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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