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Caso Ronaldinho: Justiça paraguaia ordena captura de empresária

Acusada de comandar esquema de falsificação de documentos, Dalia López está foragida, enquanto Ronaldinho e Assis seguem presos em Assunção

Ronaldinho Gaúcho e seu irmão e empresário, Roberto de Assis, estão presos há 11 dias em Assunção, no Paraguai, acusados de terem utilizado passaportes falsos para entrar no país. Já Dalia López, a empresária paraguaia, suspeita de ter produzido os documentos para os brasileiros, foi declarada foragida pela Justiça local nesta quarta-feira, 18, depois de não ter se apresentado a uma audiência, conforme combinado.

Segundo informações de jornais paraguaios, como o ABC Color, a juíza Lici Sánchez declarou Dalia em “rebeldia” e ordenou sua captura. Na véspera, a defesa da empresária tentou adiar a audiência alegando que a cliente sofre de problemas de saúde como diabetes e pressão alta e, por isso, corria riscos de contrair coronavírus. A empresária não informou sua localização à polícia, que agora está autorizada a encontrá-la e apreendê-la.

Já a estadia de Ronaldinho e Assis na Agrupação Especializada de Assunção deve durar mais alguns dias. Segundo informações do portal Globoesporte.com, a perícia nos celulares dos irmãos deve demorar ao menos uma semana para ser concluída. Os dois são mantidos em uma cela com televisão, geladeira, fogão e ar-condicionado e desfrutam de boa relação com os outros detentos – Ronaldinho chegou a disputar e vencer um campeonato interno de futsal –,mas já começam a se queixar do tempo prolongado no local.

Diversas suspeitas – Como mostrou reportagem da última edição de VEJA, a Justiça paraguaia apontou conexão do caso de Ronaldinho com outras investigações abertas pelo governo, entre elas uma da Subsecretaria de Estado de Tributação (a Receita Federal do Paraguai) que apura a movimentação de mais de 10 milhões de dólares nos últimos cinco anos por oito empresas ligadas à milionária Dalia López.

Dalia é uma espécie de “nova-rica” da região de San Pedro, conhecida pelos altos índices de pobreza e por suas extensas plantações de maconha junto com os estados de Amambay e Canindeyu. Oficialmente, ela é dona, junto com o marido, da holding Permanent Oriental. Em seu cadastro, constam atividades como transportes, móveis, equipamentos de computador, educação, impressão e comunicação. Em uma visita ao Senado brasileiro em outubro do ano passado, a empresária se apresentou como uma das “maiores importadoras e exportadoras do Paraguai”.

“Mas não disse em que ramo trabalhava. Ela queria fazer uma exposição sobre o Paraguai no Congresso, que acabou não acontecendo”, afirmou o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo Bolsonaro no Congresso e presidente da Frente Brasil-Paraguai. Dalia se apresenta também como uma grande filantropa que doa dinheiro a ONGs e times de futebol, além de organizar carreatas pelo país oferecendo serviços médicos aos “povos indígenas e mais carentes”. “O principal negócio dela é vender fretes aéreos a empresas que querem importar mercadorias do Paraguai ou exportar para lá”, disse a VEJA Marcos Estigarribia, advogado de Dalia.

Foi a influência da empresária junto a políticos do país que chamou a atenção das autoridades — há fotos em que ela aparece ao lado do atual presidente, Mario Benítez, o Marito, e do prefeito de Assunção, Óscar Rodriguez. Dalia também era próxima de personalidades do futebol, como Ronaldinho. Suspeita-se que essas ações serviam de fachada para esconder as reais intenções do grupo.

No fim do ano passado, Dalia se encontrou com Ronaldinho Gaúcho na mansão dele no Rio de Janeiro para acertar detalhes sobre os negócios no país vizinho. Em suas andanças por aqui, ela contava com a ajuda de Wilmondes e Paula Lira, o casal que entregou em mãos os passaportes falsos a Ronaldinho e seu irmão. Os dois agiam como intermediários da empresária paraguaia e também estão presos por lá. No ano passado, Wilmondes e Paula abriram uma empresa chamada Brasil Paraguai Investimentos.

Os investigadores querem saber agora que tipo de empreitada a turma planejava fazer no país. Descobriu-se que os irmãos Assis depositaram cerca de 40 000 reais num banco público do Paraguai para conseguir a cidadania de lá, em janeiro deste ano. Ou seja, eles iniciaram um processo legal para obter os passaportes que lhes permitiriam abrir empresas no país, mas, por algum motivo, optaram pelo caminho mais fácil — e ilegal.

Após pedir a manutenção da prisão dos irmãos Assis por risco de fuga para o Brasil, o procurador Osmar Legal assinalou que eles são suspeitos de “outros crimes”, além do uso de documento falso — os delitos seriam lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Há indícios ainda não confirmados de que a empresária Dalia mantinha um esquema clandestino de câmbio, no qual ela repassava dólares ao Brasil por meio de caminhões que transportavam cigarros para o país. Ronaldinho e Assis estariam firmando com ela um acordo para entrar como sócios no negócio.

Os advogados de Ronaldinho negam as irregularidades. Exagerando na ingenuidade de seu cliente, sustentam que ele e o irmão não sabiam que os passaportes eram falsos. Segundo essa versão, eles receberam os documentos como um presente de Dalia. Com detenção preventiva decretada por seis meses, os irmãos Assis tentaram mudar o regime para prisão domiciliar, mas todos os pedidos foram negados até o momento.

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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