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Brasília

Pesquisador brasileiro cria aplicativo para detecção precoce de Alzheimer

O aplicativo desenvolvido na UFABC é uma alternativa de baixo custo baseada na análise de dados de eletroencefalografia

Alzheimer: “O diagnóstico precoce permite retardar a progressão dos sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, disse o pesquisador (Baburov/Wikimedia Commons)

Com o objetivo de facilitar o diagnóstico precoce da doença de Alzheimer, pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC) trabalham para desenvolver, aprimorar e validar marcadores baseados na análise computacional de dados de eletroencefalografia quantitativa, técnica de baixo custo e não invasiva que permite um mapeamento da atividade cerebral.

O trabalho é coordenado por Francisco José Fraga da Silva, professor do Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas (CECS), que falou sobre o tema em palestra apresentada na FAPESP Week France.

“Embora seja uma doença progressiva e, até agora, incurável, o diagnóstico e o tratamento precoce permitem retardar a progressão dos sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, disse o pesquisador.

Durante o evento, Fraga da Silva apresentou um resumo dos estudos que conduziu nos últimos 10 anos – vários deles com apoio da FAPESP – sobre processamento e classificação de exames de eletroencefalografia quantitativa. O objetivo é criar métodos para apoiar tanto o diagnóstico precoce da doença de Alzheimer como de uma condição conhecida como comprometimento cognitivo leve (CCL), caracterizada por uma perda de memória leve e contínua, que pode ou não progredir para um quadro de demência.

A pesquisa envolve engenharia da informação, neurociência e temas como processamento de sinais biomédicos, reconhecimento de padrões e aprendizado de máquina.

“É muito importante diagnosticar e acompanhar adequadamente pacientes com CCL, uma vez que são pessoas com risco aumentado de desenvolver demência”, disse Fraga da Silva. “Estatísticas recentes mostram que cerca de 50% de todas as pessoas que relataram sintomas de CCL a um médico desenvolveram Alzheimer nos quatro anos seguintes.”

O pesquisador explicou que há metodologias já validadas para diagnóstico de CCL e do Alzheimer que demandam equipamentos como tomografia computadorizada e ressonância magnética funcional – ambos caros e pouco acessíveis em países mais pobres ou em áreas distantes dos grandes centros urbanos.

O eletroencefalograma, por outro lado, é uma técnica barata, portátil e, além disso, não invasiva. O equipamento permite registrar a atividade elétrica do cérebro por meio de eletrodos colocados no couro cabeludo.

Na avaliação de Fraga da Silva, o baixo custo e a larga disponibilidade do equipamento permitem a realização de exames seriados e o acompanhamento da evolução do estado neurológico.

Resultados

Em um estudo divulgado recentemente na revista Computer Methods and Programs in Biomedicine o grupo da UFABC e colaboradores canadenses investigaram o uso de potenciais evento-relacionados (ERP) e de sincronização/dessincronização relacionada a eventos (ERS/ERD) para o diagnóstico da doença de Alzheimer em estágio inicial.

ERP (Event-Related Potentials) é um tipo de análise baseado na média de vários segmentos de eletroencefalograma que permite identificar a atividade cerebral específica quando o indivíduo é exposto a determinados estímulos sensoriais (em geral, visuais ou auditivos).

Já a análise ERS/ERD (Event-Related Synchronization/Desynchronization) permite detectar, respectivamente, o aumento e a diminuição de ritmos específicos (ritmo alfa, por exemplo), que ocorrem durante e logo depois do estímulo sensorial.

O eletroencefalograma abrange quatro ritmos principais de ondas mentais: beta (estado normal de vigília), alfa (estados mentais relaxados), teta (ocorre em meditação, sono e relaxamento profundo) e delta (sono profundo).

“Esses ritmos, que nada mais são que oscilações em bandas de frequência específicas, aparecem normalmente combinados em sinais de eletroencefalograma, mas podem ser separados por meio de filtros”, explicou Fraga da Silva à Agência FAPESP.

Os autores do artigo compararam – durante a realização de tarefas que demandavam o uso de memória de curto prazo (memória de trabalho ou operacional) – os resultados comportamentais (tempo e acurácia de reação) e as respostas ERP e ERS/ERD em idosos saudáveis (grupo controle), em pacientes com CCL e em um outro grupo com portadores de Alzheimer em estágio inicial.

Os resultados indicaram que as análises ERS/ERD se mostraram mais eficientes do que ERP na detecção precoce de Alzheimer e de CCL.

“Esperamos que da busca de biomarcadores topográficos baseados em eletroencefalografia quantitativa possa surgir um aplicativo computacional que permita aumentar significativamente a acurácia, a sensibilidade e a especificidade na detecção precoce da doença de Alzheimer”, disse Fraga da Silva.

O simpósio FAPESP Week France foi realizado entre os dias 21 e 27 de novembro, graças a uma parceria entre a FAPESP e as universidades de Lyon e de Paris, ambas da França. Leia outras notícias sobre o evento em www.fapesp.br/week2019/france.

Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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